30 de janeiro de 2008

Clientes Mastercard poderão sacar dinheiro em lojas

Portadores dos cerca de 90 milhões de cartões de débito da bandeira Mastercard terão a possibilidade de sacar dinheiro em lojas que não possuem caixas automáticos a partir do segundo trimestre. Ao realizar uma compra de no mínimo 20 reais e pagar a fatura com o cartão de débito, o consumidor poderá sacar até 100 reais no mesmo estabelecimento. Não haverá nenhum custo para o consumidor nem para o lojista.

O programa Compre & Saque, da Redecard, empresa que processa as transações com plásticos Mastercard Maestro e Redeshop, tem como objetivo aumentar a utilização do cartão de débito para compras. Segundo o diretor-executivo de Marketing da empresa, Ronaldo Varela, 70% dos clientes usam o cartão de débito apenas para transações bancárias. “Queremos mostrar que esse cartão não serve só para sacar dinheiro no banco”, disse.
Para o consumidor, a vantagem será a de não precisar dirigir-se a um caixa eletrônico para sacar dinheiro e ter mais comodidade em cidades ou regiões em que o banco não possui está ausente. “O cheque já exerce essa função em alguns locais em que o lojista aceita dar um troco para o consumidor. Nós queremos que o cartão também ocupe esse espaço”, afirma Varela.

Para os lojistas, o benefício será a fidelização do cliente. O comerciante poderá atender a um desejo do consumidor sem nenhum custo e motivá-lo a voltar no futuro. O dinheiro que sair do caixa da loja será depositado no dia seguinte na conta do comerciante pelo banco em que o sacador tiver conta. Se a loja costuma ter pouco dinheiro em caixa, permitir esse tipo de transação pode levá-la a ter problemas de troco. “Mas no caso dos comerciantes que precisam fazer várias viagens ao dia para depositar cédulas em uma agência bancária para não ficarem expostos a um assalto, há um ganho de segurança com a transação sendo feita eletronicamente”, afirma Varela.

Unibanco e Itaú, dois dos três bancos que controlam a Redecard, já aderiram ao programa e oferecerão essa possibilidade a seus clientes. O banco paulista Nossa Caixa também estará presente. A expectativa da Redecard é de que todas as 26 instituições financeiras que emitem cartões de débito Mastercard – ou seja, todos os grandes bancos de varejo – acertem sua adesão em breve. Para os bancos, afirma Varela, a vantagem será a de oferecer a seus clientes mais pontos para o saque de dinheiro. Além disso, se o programa tiver uma expansão significativa, o banco poderá reduzir o número de viagens para o abastecimento com cédulas de seus caixas eletrônicos. A instituição poderá ainda economizar com a manutenção dessas máquinas, que funcionarão menos e darão menos defeito.

A Redecard começou a testar o programa Compre & Saque no ano passado, nas lojas da rede farmácias Drogaverde em São Paulo. Mais oito empresas que permitem o pagamento com os cartões Mastercard estão sendo incluídas nessa fase de testes. A partir do segundo trimestre, a empresa espera começar a implantar o programa oficialmente. Varela diz que 200 empresas já pediram para ser incluídas e só aguardam o fim da fase de testes. Em tese, o programa poderia incluir as 350 mil empresas do varejo equipadas com máquinas de leitura de transações de cartão conhecidas como PDV – aquelas que já possuem impressoras fiscais acopladas. Ele, entretanto, estima a adesão de 100 mil a 150 mil comerciantes.

A empresa afirma que também não terá custos adicionais com o programa, já que a transação será feita em conjunto com a compra. A única despesa da Redecard foi com o desenvolvimento do programa. Varela afirmou, entretanto, que essa despesa pode ser considerada “marginal”, uma vez que as próprias equipes de desenvolvimento, tecnologia e vendas da empresa são responsáveis pelos testes e pela futura implementação em escala do projeto.

Principal concorrente da Mastercard, a Visa divulgou no ano passado o início da fase de testes de programa semelhante ao da Redecard para seus cartões de débito, batizado de Visa Electron Troco Fácil. Procurada, a empresa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentaria em que fase está o projeto.
Fonte: Revista Exame

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